sábado, 12 de novembro de 2005

Davi Kopenawa recebe o prêmio Global 500 da ONU (Foto: D. Bentes, 1989).

A Saga de Davi Kopenawa (Fonte: site CCPY - Comissão Pró-Yanomami )
Davi Kopenawa, nascido em 1956, vive na aldeia yanomami de Watorik+, situada ao pé da serra do Demini ("Serra do vento"), no estado do Amazonas. Seu grupo de origem foi quase inteiramente aniquilado no alto rio Toototobi (perto da fronteira venezuelana) por duas epidemias sucessivas após contatos estabelecidos com o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e com a missão evangélica Novas Tribos do Brasil (NTB) (1959, gripe [?]; 1967, sarampo). Criança, Davi Kopenawa perdeu, assim, a maior parte dos membros de sua família. Em seguida sofreu, e depois rejeitou, o proselitismo dos missionários da NTB, abandonando na adolescência sua região natal para trabalhar na Fundação Nacional do Índio (Funai) como intérprete. No começo dos anos 80, fixou-se em Watorik+, ali se casando com a filha do líder da comunidade, pajé renomado que o iniciou e, tradicionalista convicto, permanece seu mentor. Ele é hoje a um só tempo chefe do posto indígena Demini e um dos mais influentes pajés da sua aldeia.
A invasão de suas terras por cerca de 30 a 40 mil garimpeiros custou a vida, entre 1987 e 1990, de mais de mil duzentos Yanomami no Brasil. Chocado com essa tragédia que reavivou nele a lembrança das epidemias que dizimaram sua família nos anos 50 e 60, Davi Kopenawa engajou-se em uma luta incansável contra a destruição de seu povo e da floresta de sua terra. Graças a sua experiência dos brancos e à firmeza intelectual que lhe confere o saber xamanístico, tornou-se o principal porta-voz da causa yanomami, no Brasil e no mundo. Visitou, ao longo dos anos 80 e 90, vários países da Europa e os Estados Unidos. Recebeu, depois de Chico Mendes, o prêmio Global 500 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e, recentemente, a Ordem de Rio Branco ao grau de Cavaleiro. (Bruce Albert)

2 comentários:

Lia Noronha disse...

Ursa: mostrando mais uma figur interessante neste cenário indígena.

Bom fim de semana pra vc.
e muito obrigada pelo carinho no meu Cotidiano.

Angela Ursa disse...

Lia, escrevi um e-mail hoje para você avisando que não consegui abrir novamente os anexos. Que pena! Alguma configuração diferente está dando problema. Beijos!