quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010




Maine Coon, o gato gigante
(Fonte: blog Tudo para o seu Pet)

Maine Coon é o gato americano de pelo longo e vem ganhando muitos adeptos no Brasil. Sua origem não é certa, a lenda que ele é mistura de gatos selvagens com gatos domésticos. Mas o que há de concreto é que foi reconhecido primeiramente como raça no estado do Maine nos EUA, onde era valorizado e muito reconhecido por sua habilidade em caçar ratos nas fazendas. A própria natureza o moldou como um gato forte e robusto, para suportar os invernos severos e a grande variedade de temperaturas da região. São animais dóceis, inteligentes e sociáveis, se dão bem com crianças e cães. O que mais impressiona na raça, além da sua beleza, é o seu tamanho, que pode chegar ao triplo de outras. Um macho pode chegar a pesar 11 kg. Seu comprimento supera os 50 cm, sem contar a cauda. As fêmeas pesam de seis a sete quilos, e as maiores chegam a atingir oito ou nove quilos. Seu pêlo é sedoso ao toque e a cor de pelagem tigrada é a mais freqüentemente vista.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Máscara dança dos macacos carnaval indígena Caiapó.
Máscara representando o sobrenatural Nuianani. Feita pelos índios Bakairi. - rios Novo e Paranatinga, Mato Grosso.

Máscaras indígenas
Para os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato produzido por um homem comum, são a figura viva do ser sobrenatural que representam. Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do Aruanã, entre os Karajá, quando representam heróis que mantêm a ordem do mundo.
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(Mais informações sobre máscaras e a dança do macaco no blog de Rosane Volpatto)

AVISO DA URSA: Devido ao excesso de spams em inglês postados nos comentários, vou ser obrigada a utilizar a confirmação de palavras para os comentários. Se isso não for suficiente, infelizmente, terei de ativar a moderação de comentários.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Noite na aldeia indígena

Noite no Rio Negro
(Fotos de Vane Barini - Fonte: blog Antropoantro )

Floresta Amazônica à noite

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em seu livro A Marcha para o Oeste, os Villas Bôas colocam o dedo na ferida: "É um erro pensar que o índio guerreia movido simplesmente por um costume inato. Em princípio sua índole é boa, melhor ainda era no começo, quando aqui chegaram os primeiros navegadores europeus. O primeiro encontro foi pleno de paz e compreensão. Mas essa harmonia não teve longa duração. O interesse pelos bens da terra nova atiçou a ambição do conquistador. Um verdadeiro estado de guerra foi criado pelos métodos de exploração e, principalmente, pela tentativa de escravização do índio." (Fonte)

O botocudo Raoni exibe um de seus amigos da floresta
Último encontro entre Villas Boas e Raoni (Fonte das imagens)

Uma entrevista com Orlando Villas Boas
(Fonte: site Com Ciência)

Com Ciência - Houve alguma mudança na vida dos índios após as comemorações?
Orlando Villas Bôas
-
Não. A situação continua essencialmente a mesma. Não obstante, a atual gestão da FUNAI pareça ter um maior interesse que a desastrada gestão anterior, é possível verificar a continuidade no estado de abandono das aldeias, sobretudo daquelas que se localizam na faixa litorânea ou gravitam à margem de grandes centros urbanos, como é o caso das aldeias do Jaraguá e Parelheiros aqui em São Paulo. Esses são exemplos de uma pseudo-política integracionista que não integra ninguém, apenas desestrutura e exclui. As comemorações do Brasil 500 anos foram para "inglês ver" e, de fato, talvez eles as tenham visto. O índio certamente não viu nada.

Com Ciência - Segundo a organização do evento "Brasil 500 anos", houve uma renda de R$ 4,5 milhões, entre bilheteria e venda de catálogos, de um total de 1.883.872 visitantes somente na cidade de São Paulo. O Sr. foi informado se houve ou há algum projeto para que parte desta renda seja revertida aos indígenas?
Villas Bôas -
O evento "Brasil 500 anos" não atingiu o índio. Ele foi esquecido como esquecido continua sendo. Para boa parte de nossa gente, e isso inclui até nossas autoridades, o índio é ainda uma figura folclórica. Desconheço qualquer projeto que estabeleça a reversão de parte da renda obtida na "comemoração" para as comunidades indígenas.

Com Ciência - Quando o sr. afirma que "os índios, tal como o conhecemos na sua cultura pura, não existirão mais", qual o aspecto mais relevante que o faz pensar assim? Dos 851.196.500 hectares do território brasileiro, as terras reservadas aos indígenas ocupam 104.367.993, ou seja 12,26%. Este número é suficiente? Além de outros fatores, isto influencia de que maneira na expectativa de vida indígena?
Villas Bôas - Os índios caminham para o fim. Bom seria se sobre eles chegasse a nossa proteção. A proteção do Estado e as da gente. Parece que nós não levamos em conta que eles nos deram um continente para que nos tornássemos uma nação. Não creio entretanto que haja apenas um aspecto essencial para isso. Há, isso sim, uma conjunção de aspectos que vão desde o descaso do poder público à sanha de riqueza de vários grupos que tornam o índio como um estorvo, ou como um meio de enriquecimento. Não basta garantir a terra do índio (o que por vezes nem sequer é feito), é preciso resguardá-lo de um contato indiscriminado com pessoas que visam explorar as riquezas dessa terra e de sua cultura.

Com Ciência - Marechal Rondon tinha como ideal em relação aos índios, o lema "Morrer se preciso for, matar nunca", que era seguido à risca por todos os integrantes da Fundação Brasil Central (FBC). Como o sr. vê este lema nos dias de hoje?
Villas Bôas -
Não canso de dizer que vivemos num país sem memória. Não fosse isso, o velho Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon seria considerado por todos como o maior homem do século XX. Foi ele que, já no início da República começou a implantar as linhas telegráficas nas selvas do Planalto Central brasileiro, desbravando nossos sertões e empurrando nossas fronteiras até encostar nos andes. Foi ele também que, muito adiante de seu tempo, criou o SPI (Serviço de Proteção ao Índio), em 1910. Rondon era um humanista. O lema "morrer se preciso for, matar nunca", apenas expressa o ideal de Rondon no trato com estas gentes. Sua preocupação com os índios foi decisiva na história de nosso país. Nós tivemos o privilégio de conhecê-lo, e dele nos tornarmos amigos em meados da década de quarenta, quando engajávamos na Marcha para o Oeste, que havia sido criada em 1943 por Getúlio Vargas. Lembramos que ainda no início da expedição Roncador-Xingu, a intervenção de Rondon foi decisiva para que os índios Xavantes não fossem massacrados por uma frente militar que iria "limpar o caminho" para a expansão brasileira. Após alertarmos o Marechal a respeito disso, ele mandou que a frente militar fosse suspensa, e foi quando assumimos a vanguarda da Expedição. Rondon influenciou toda uma geração de indigenistas e antropólogos brasileiros, dentre os primeiros incluo a mim, e a meus irmãos Cláudio, Leonardo e Álvaro. Dentre os segundos, destaco sobretudo, Darcy Ribeiro. Hoje Rondon está esquecido e, com ele, toda uma política de trato com os índios que foi se estiolando até descambar no que hoje temos.

Com Ciência - Em uma oportunidade, o senhor disse que após tantos anos vivendo na selva com os índios, de alguma maneira, o sr. se transformou em um deles. Então, será que o sr. poderia dizer qual foi o significado/ou sentimento que as comemorações do Redescobrimento do Brasil gerou nos indígenas? Tiveram motivos ou benefícios para festejar?
Villas Bôas - Em verdade não chegamos a nos "transformar" em índios. Entretanto, o que nos impressionou ao longo do convívio com eles, foi observar uma verdadeira lição de como se deve viver em sociedade. Nunca vimos dois índios discutirem, nem um casal se desentender. Entre os índios, o velho é o dono da história, o homem é o dono da aldeia, e a criança é a dona do mundo. Diante do que vimos, hoje podemos aquilatar o que não devem eles ter sofrido ante uma gente desordenada e, por essa razão, os índios nada têm a comemorar ou festejar.

Atualizado em 10/04/01

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


(Fonte: blog O Grande Urso Branco)

Ursus maritimus


Os Ursos polares provavelmente diferiram de seus ancestrais, ursos pardos, perto da costa do Ártico da Eurásia no início da Era do Gelo. Eles podem ter evoluído de comedores de carniça para caçadores ativos de focas no gelo do mar. O mais antigo fóssil (de aproximadamente 70.000 anos) é de um local próximo a Kew, na Inglaterra, e representa um urso muito maior do que os que existem atualmente.

Outros fósseis são de Hamburgo, na Alemanha, Península Yamal (na antiga União Soviética) e vários locais na Suécia e Dinamarca. As espécies parecem ter sido conhecidas dos artistas paleolíticos, pois na parede de uma caverna de Ekain, perto do nordeste da costa da Espanha, há uma pintura que parece ser de dois ursos polares.

Assim, os ursos polares parecem ter diminuído de tamanho e se retirado para o norte desde o fim da última era glacial.

sábado, 23 de janeiro de 2010


Tigres para Adoção

Os tigres da indonésia podem respirar mais aliviados, pois o governo do país desenvolveu um plano para proteger estes animais, que sofrem o risco de extinção. Segundo o ministro da floresta do país, qualquer pessoa pode “adotar” um tigre nascido em cativeiro, e ajudar com os gastos de sua criação. Para isso, basta contribuir com a quantia de 100 mil dólares. Dois exemplos de tigres que nasceram em cativeiro são os filhotes de dois meses Puji (macho) e Wati (fêmea), que aparecem na foto acima. Eles vivem cheios de mimos no Ragunan Zoo, em Jacarta.

No entanto, os ambientalistas do país criticam esta postura, e afirmam que o governo deveria priorizar a proteção dos 200 tigres que ainda vivem em seu habitat natural.

(Fotos: Romeo Gacad/AFP)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dunas do Jalapão (clique na imagem para ampliar - FONTE)


JALAPÃO - TO

Jalapão possui uma paisagem de cinema. Repleta de cachoeiras, riachos e lagoas. Tudo isso pontuado por dunas de areia fina e avermelhada em meio à vegetação do cerrado. É sem dúvida um cenário perfeito para o turismo de aventura e esportes como rafting, canyoning e práticas verticais.
É um lugar a um só tempo atraente e rústico, pronto para ser conquistado. Seu nome nasceu de um hábito muito comum na região. Jalapa-do-brasil é uma planta nativa utilizada para curar males do estômago. Como tem sabor amargo, os habitantes costumam ingeri-la com um pedaço de pão. Daí a justaposição: jalapa-pão.
De todo modo, Jalapão impressiona pela grandeza: ocupa cerca de 20% do território do Estado de Tocantins. Chapadões de arenito, que alcançam mil metros de altura, dominam a paisagem. Aqui, dizem, o mar virou sertão.
Apesar de ostentar o título de deserto, a fauna movimenta o local: lobo-guará, veado-campeiro, ema, tamanduá-bandeira, onça-pintada e outras espécies da região se embrenham na vegetação típica do cerrado para fugir do sol inclemente, que acentua o clima seco, com temperatura sempre em torno dos 30ºC. A maior surpresa de quem se aventura aqui é constatar a abundância de rios perenes, com águas transparentes e ainda puras.

ATRAÇÕES:

Gruta de Suçuapara
Fenda de 60m de comprimento e 15m de altura aberta pela água em rocha arenítica, formando um pequeno cânion com cachoeira. Nas escarpas crescem musgos e centenas de samambaias. Estrada para Mateiros, 15 km.

Cachoeira da Velha
Duas quedas em forma de ferradura com 25m de altura e 100m de largura. Mesmo na estação de seca despeja grande volume de água no Rio Novo. Estrada para a Fazenda Triagro, 101 km.

Cachoeira do Lajeado
Sucessão de degraus por onde a água passa até formar uma queda de 10m e uma piscina natural. É preciso descer uma escada de pedras, algumas escorregadias. Estrada para a Fazenda do Chiquinho, 45 km.

Cachoeira do Brejo da Cama
Fica no meio da planície, em um buraco. Estrada para a Fazenda do Chiquinho, 50 km.

Dunas
Com vista panorâmica. Formação de enormes bancos de areia alaranjada com até 40m na base de um chapadão de 800m de altura na Serra do Espírito Santo. É resultado da erosão das rochas de arenito. Estrada para Mateiros, 136 km.

Fervedouro
Pequeno poço de água cristalina e morna, rodeado de bananeiras, com fundo de areia branca, que forma uma piscina natural de 8m de diâmetro. Está sobre um lençol freático que, ao lançar a água, forma bolha de ar na areia impedindo que o banhista afunde. Estrada para S. Félix do Jalapão, 192 km.

Cascata do Rio Formiga
Pequena queda em rio de água azul e cristalina. Estrada para S. Félix do Jalapão, 199 km.

Morro da Pedra Furada
Abertura na rocha, talhada pela erosão e ação do vento. Estrada para Pindorama do Tocantins, 31 km.

Turismo Aventura
Rafting no Rio Novo. Pouco explorado, tem pequenas cachoeiras e piscinas. Estrada para Mateiros, 120 km.

Fauna
Os animais mais observados são as onças, veados, capivaras, raposas, macacos e mamíferos de pequeno porte. Além das espécies de fauna comuns dos cerrados, vários exemplares em extinção são encontradas na região do Jalapão, caso específico do lobo-guará, suçuarana, veado campeiro e a anta. A avifauna regional conta com espécies como arara, papagaio, tucano, ema, seriema, quero-quero. Entre os répteis figuram sucuri, jibóia, cascavel, camaleão, teiú e muitos outros.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Green Terror - Aequidens rivulatus Este é um peixe agressivo, e como todo ciclídeo demarca o seu território. Na época de procriação ele fica mais agressivo. Eles podem chegar a 20 cm. Aceita qualquer tipo de alimento, mas prefere vivo, e essa espécie é bem tolerante quanto ao pH. É um belo peixe, mas difícil de se encontrar no Brasil.
O pirarucu (arapaima gigas) é o maior peixe de escamas da Amazonia, podendo alcançar 3m de comprimento e cerca de 200 kg de peso. É chamado de "bacalhau da amazonia" pois sua carne salgada se parece com o bacalhau verdadeiro. (Fonte)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010



CORREIO DA URSA
Vergonha mundial! Nas praias de Costa Rica roubam os ovos de tartaruga para vender.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Torokaná (trocano, trocana) é um instrumento de sinal conhecido em diversas tribos e grupos primitivos, serve para a comunicação entre pontos distantes. Geralmente é uma tora de madeira escavada a fogo, com uns dois ou três metros de comprimento e mais de metro e meio de diâmetro (os tamanhos podem variar), a madeira deve ser leve e sonora, nela são feitos três buracos de uns dez centímetros de diâmetro, reunidos por uma estreita fenda. O torokaná fica dentro de um buraco, suspenso entre quatro paus com tiras de cipó que permitem que ele seja baixado ao fundo ou elevado conforme a distância que se queira atingir com a mensagem, quanto mais no fundo maior o alcance. A percussão é feita com bastões cujas extremidades estão envolvidas em goma elástica ou tiras de couro. Conforme o local que é golpeado, a quantidade de golpes e seu espaçamento é possível informar pequenas frases, as quais podem ser percebidas em um raio de até 10 quilômetros. (Fonte)

CATACÁ - Espécie de reco-reco que consiste em dois pedaços de tábua ou, mais comumente, de taboca, um com entalhos transversais e outro liso, que se toca esfregando o liso no outro, mais ou menos rapidamente e com mais ou menos força. Var: catacau. (Fonte da imagem)


Em algumas tribos como a dos VAI-VAI (transamazônica) as mulheres tecem e usam uma tanga de miçangas. (Fonte das imagens e informações)

sábado, 9 de janeiro de 2010


Amigos, a Ursa tem estado ausente nos últimos dias por causa de hóspedes em casa.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sanitário seco faz sucesso entre ambientalistas
(Trechos de matéria. Fonte: Época)

A privada que não usa água e ainda recicla seu conteúdo virou uma bandeira contra o desperdício (Andres Vera)

Jenkins, de 57 anos, principal porta-voz do "sanitário seco", também conhecido como "sanitário de compostagem" (o nome técnico da decomposição de matéria orgânica para a produção de adubo). Jenkins ficou conhecido como Mr. Humanure (trocadilho com human, "humano", e manure, "excremento").

O grande trunfo do sistema é evitar a contaminação da água. É com essa bandeira ambiental que Jenkins vende a ideia do cocô reciclado. Seu livro
Humanure handbook: a guide to composting human manure (algo como Manual para compostar excremento humano) faz sucesso entre ambientalistas.

Depois do livro, algumas iniciativas surgiram nos Estados Unidos para colocar a ideia em prática. Em julho, a ONG Rizhome Collective ganhou uma licença para construir o primeiro banheiro ecológico "oficial" do Texas. Parte da população achou a ideia nojenta. Mas um argumento derrubou a resistência: o sanitário seco economizaria energia gasta no tratamento de água e esgoto. A prefeitura cedeu. Na Califórnia, a empresa McPoop (em inglês, poop é cocô) fez um acordo para montar banheiros secos em eventos públicos. Para convencer a vigilância sanitária, usaram o argumento de que um banheiro químico é a versão moderna da fossa medieval.
E qual é o cheiro do sanitário seco? Supostamente, nenhum. Quando o sistema funciona corretamente, uma reação química entre o nitrogênio das fezes e o carbono da serragem cria uma mistura estável e inodora. Para convencer as pessoas a aderir ao W.C. seco, ativistas fizeram em Chicago, nos EUA, uma experiência. Propuseram o uso do banheiro seco a 35 vizinhos: 22 deles aceitaram. O resultado foi uma "doação" de mais de 7 mil litros de excremento. No Brasil, já existe uma iniciativa: em Pirenópolis, Goiás, o Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado criou um projeto de nome sugestivo: Húmus Sapiens. São banheiros secos, de alvenaria, que custam metade do valor de um banheiro tradicional.

Nenhuma dessas ideias, no entanto, prenuncia a abolição da descarga. "A maioria das leis sanitárias diz que você deve se livrar dos dejetos humanos", diz Jenkins. "Isso impede projetos em larga escala." Outro entrave é a necessidade, no caso dos sanitários secos compactos, de um compartimento externo para a compostagem propriamente dita. Num apartamento pequeno, a reciclagem de fezes é inviável. Ao menos para quem não quer encrenca com a vigilância sanitária.

A ideia do sanitário seco é antiga. Em 1869, impressionado com o perigo de contaminação das fossas abertas, o padre inglês Henry Moule criou um sanitário seco parecido com os atuais. Com a invenção da válvula de descarga, no início do século XX, o sanitário seco caiu em desuso. Mas os discípulos de Moule ainda existem. Joseph Jenkins é um deles. Além de escrever, ele vende seus próprios sanitários compactos. Com aparência de um cubo de madeira, custam R$ 350. O assento acolchoado é opcional.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


Que 2010 possa abrir novos caminhos para todos nós e o nosso planeta (Fonte da imagem: Blog metropolitano) - FELIZ ANO NOVO !!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Belém - Crianças indígenas da etnia Caiapó observam suas mães fazendo pinturas em participantes do Fórum Social Mundial 2009 - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr


Feliz Natal e Próspero Ano Novo Indígena!
(Fonte:
Índios On line)

A renovação do nosso espírito, e a satisfação da vida material, se dá com o nascer do sol: com uma planta que nasce, com o brotar da flor, com o aparecimento do fruto, com cada folha que renova, com o canto dos pássaros, com as matas povoadas de animais, com o encanto das florestas, com os rios, lagos, ou lagoas cheios de peixes, com o barulho das cachoeiras, com a água pura que mata a nossa sede, e que nos banha, com as nossas roças produzindo alimentos, para saciar nossa necessidade de perpetuação, com o entardecer, com a lua que surge para nos encantar, com as estrelas, que servem para nos guiar, com o novo amanhecer, com o nascer de uma criança, com o respeito e, o cuidado com os nossos semelhantes, com o direito de viver, e, com a nossa partida para o mundo espiritual. Enfim, com o amor e a proteção que nos relacionamos com a Mãe Natureza.

Somos parte da Terra, pedaços de torrões!

Não queremos um Natal e Próspero Ano Novo, que é medido de ano em ano, onde as pessoas são levadas a acreditarem que é só nesses momentos, que o espírito precisa de renovação e paz, que se redime de todos os tipos de atrocidades cometidos ao longo de um ano, que deve se colocar a melhor roupa, o melhor sapato, ter o melhor alimento, amar, sonhar, tolerar, perdoar, presentear, reunir os membros da família, e que depois de passado surgem as incertezas, o desespero, o egoísmo, o orgulho, a prepotência, a vaidade, o rancor, o ódio, a desesperança, a ganância, a sede do poder, a cegueira, a desilusão etc..;. Que transforma o homem, em um ser avilte.
Não queremos um Feliz Natal, e um Próspero Ano Novo de quem faz parte de um Sistema, ou aceita ser dominado por conveniência, e que deixa seus próprios irmãos: com fome, com sede, sem teto, sem pátria, sem direito a uma boa educação, à saúde, a um trabalho digno, sem acesso ao conhecimento dos direitos e deveres de cidadania, sem rosto e sem voz, que fomentam a guerra (a disputa e a discórdia),
Queremos sim, comungar sempre, com aqueles, que enxergam a humanidade como um todo, que não precisam de retórica, e nem se dizem intelectuais para seduzir e enganar seus irmãos, que não possuem olhos vendados, e que tem a plena consciência de que somos todos iguais perante a Natureza. A diferença é unicamente cultural. E, acima de tudo possuem a consciência de que precisamos preservar e cuidar do meio em que vivemos, se deseja para nossas futuras gerações uma vida digna!

Auere!
Yakuy Tupinambá
yakuy@indiosonline.org.br

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os botos de Novo Airão
(Trechos de tópico do blog
Impressões Amazônicas, de Altamiro Vilhena)

Poucos animais exercem tanto fascínio sobre nós quanto os
golfinhos. Golfinhos são tudo de bom. Inteligentes como macacos,
simpáticos como pandas, afetuosos como cachorros. Como eu disse...
tudo de bom!
No Brasil há vários lugares onde os golfinhos podem ser
vistos nas praias. Nos rios amazônicos encontramos duas espécies, aqui
chamadas de botos: o cinza, conhecido como tucuxi e o cor-de-rosa. O
cor-de-rosa é animal especial, mágico, que ganhou fama de lenda. Maior
que o primo cinzento, é acusado de seduzir mocinhas, levando-as ao
fundo dos rios para noites de amor, nas quais, invariavelmente, as
engravidam. A fama é tão grande que em todo mercado mais popular,
inclusive no famoso Ver-o-peso, de Belém, se encontra com facilidade
(contrariando as nossas leis ambientais), tanto o “sexo do boto”
quando o “sexo da bota”, ambos com propriedades afrodisíacas
incomparáveis, segundo os locais.

Assim, seduzido pelos botos, cá estou eu em Novo Airão,
município amazonense distante cerca de três horas de Manaus, para
mergulhar com os botos cor-de-rosa. Sim, aqui eles são tão habituados
com a presença humana que se pode mergulhar com eles – sem o perigo de
ser levado para o fundo das águas.

E vou ser sincero, fui enfeitiçado. Não sei se é
“ambientalmente correto”, mas... é tudo de bom. Eles são realmente
dóceis e se aproximam com facilidade. Na verdade não são tão
desinteressados, pois a melhor forma de atrai-los é com um bom punhado
de peixe, mas uma vez que o cheiro do peixe cai no rio, lá vem. Um,
dois, três, quatro... contei até sete botos. E se você entra com o
peixe dentro do rio eles vem “abraçá-lo” gentilmente, pedindo o peixe.
O problema é que, embora gentis conosco, não são assim com os irmãos
de espécie, e então, como dois botos não podem ocupar o mesmo lugar no
espaço, um pula por cima do outro, da focinhada e até morde, na
tentativa de deixar claro que “este peixe é meu”.

Exceto por esta briga entre irmãos, que é possível de ser
administrada com um bom estoque de peixes, a alegria é contagiante. A
gente se sente meio Namor, Aquamen, Netuno ou qualquer uma destas
criaturas meio humanas, meio aquáticas que habitam nosso imaginário.
Com uma máscara você pode mergulhar abraçado a eles, com um peixe bem
acima da linha d’água eles chegam a colocar as barbatanas de fora. E
com um pouco de paciência, logo você tem fotos de toda família... pois
cada boto já foi batizado e tem seu nome próprio, podendo ser
identificado por diferentes sinais como um bico torto ou manchas na
face.
Novo Airão, guardem este nome. Não dá vontade de ir
embora. A sensação de integração a natureza é única. A plenitude maior
ainda. Posso ter abraçado um boto, mas com certeza fui abraçado por
Deus.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009



Índios da tribo Kuikuro "peixinho bicudo"
(Fonte das imagens e informações)

Kuikuro (peixinho bicudo), uma das catorze aldeias que integram o Parque Nacional do Xingu, fundado em 1961 por iniciativa dos irmãos Villas Boas. Falam o dialeto Karib, somam-se 400 indígenas e habitam o Alto Xingu, às margens do rio Kuluene.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009




Tartarugas gigantes de Galápagos

(Fonte)

A tartaruga gigante de Galápagos Geochelone nigra, a maior tartaruga viva que se conhece, é nativa de sete ilhas do arquipélago. Quando chegam a idade adulta podem pesar mais de 300 quilogramas e medir 1,2 metros de comprimento. Elas tem uma expectativa de vida, no estado selvagem, estimada entre 100-150 anos.
A população dessas tartarugas caiu drasticamente por causa da caça e da introdução de predadores e herbívoros por seres humanos desde o século XVII. Agora, apenas dez das doze subespécies original existem na natureza. No entanto, os esforços de conservação desde a criação do Parque Nacional de Galápagos e da Fundação Charles Darwin tiveram sucesso, e centenas de jovens criados em cativeiro foram libertados de volta para as suas ilhas de origem. São um dos animais mais emblemáticos da fauna das ilhas Galápagos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A pedra do cão sentado tem 111 m de altura. É a maior em formato de cão sentado do mundo - Nova Friburgo, RJ. CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A IMAGEM ORIGINAL
(Fonte da imagem e fonte das informações)

O Parque Cão Sentado é uma Unidade de Conservação e tem como principal objetivo à preservação dos ecossistemas presentes nesta pequena área da Mata Atlântica, proporcionando aos seus visitantes, atividades de lazer e esportes, tais como: caminhadas, pedalinho, pesque-pague e pesque-devolva, exploração de grutas e cavernas, esportes de montanha, apreciação e contato com a natureza.
Muito se fala a respeito da Pedra do Cão Sentado, por sua exuberância e curiosidade quanto à sua formação geológica, mas pouco se ouve sobre a sua floresta, tão importante para o equilíbrio do meio ambiente.
Na Mata do Parque Cão Sentado convivem lado a lado desde árvores grandiosas, algumas rodeadas com cipós gigantes, como o jequitibá, pau-brasil, figueiras, guapuruvas, cambuás, ingás, cabriúva, ipês, a pindobinha, e outras, como a embaúba, o murici, o baguaçu, o jacatirão, a faveira, guabirobas, bacuparis, a palmeira juçara, da qual é extraído o palmito, espécies de médio porte como a samambaiaçu entre outras palmeiras diversas.
Sobre os troncos destas árvores apóiam-se diferentes lianas (cipós), begoniáceas, aráceas, pteridophytas (samambaias), dezenas de orquídeas (Dendrobiuns, Oncidiuns, Laelias, etc), bromeliáceas, cactáceas, que formam a vegetação de epífitas, perfeitamente adaptadas à vida longe do solo. Nada retiram das árvores apenas buscam uma maior luminosidade e ainda retribuem o abrigo atraindo animais polinizadores, como o beija-flor, as borboletas e os morcegos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


Tangará, dançador
(Fonte)

Os contrastes de cores do macho são únicos entre as aves da RPPN (Reserva Privada de Patrimônio Natural) . O tom de vermelho fogo intensifica-se no alto da cabeça e pescoço, estendendo-se pelo peito (foto). Todo o restante é amarelo vivo, em oposição ao negro do resto das costas e asas. A cauda é curta e pequena para o tamanho do corpo, produzindo uma silhueta característica. A fêmea é toda esverdeada, com tom mais amarelado na barriga. Nos dois sexos, os olhos são brancos, mais destacados na fêmea devido à cor verde escura dominante.
Vivem no interior da mata do Bebe, sendo raro conseguir observá-los bem, apesar das cores. Andam na região abaixo das árvores até cerca de 1 metro do chão, pousando em galhos expostos ou no meio da folhagem. Possuem um vôo rápido e, ao pousarem, ficam imóveis por alguns segundos, dificultando a localização.
Ao contrário do soldadinho, os machos possuem uma arena de dança (vindo daí o nome dançador em português e tangará em tupi, com o mesmo significado), onde as fêmeas vem procurar o seu par. Em algumas ocasiões, dois machos exibem-se na arena, mas o dominante é quem acasala. Após a cópula, a fêmea volta à sua área de vida para construir o ninho, chocar os ovos e cuidar dos filhotes sozinha. As arenas são tradicionais e, mesmo fora do período reprodutivo, os machos as visitam e dançam, procurando manter as melhores posições durante todo o ano. Uma vez localizadas, fica mais fácil de encontrar essa ave única.
Além das matas secas do Pantanal, ocorre em toda a Amazônia ao sul do rio Amazonas, matas ciliares maiores e matas secas de todo o centro-oeste, parte do interior de São Paulo e norte do Paraná (nesses últimos estados, já bastante raro, devido ao desmatamento).

domingo, 15 de novembro de 2009

"A moda faz mais vítimas do que você pensa". Da Agência O&M, da Índia

Esse anúncio utiliza o movimento da sombra no cartaz para demonstrar como o aquecimento global levará ao aumento do nível dos oceanos.

"Veja quanto monóxido de carbono você deixará de emitir se não dirigir por um dia". Essa é a mensagem que aparece na gigantesca nuvem preta presa ao cano de escape de um carro depois de passar o dia sendo inflada pela fumaça expelida pelo automóvel.

Neste anúncio as árvores foram posicionadas para parecerem pulmões. A área desmatada é um alerta e a frase no canto diz: "Antes que seja tarde demais".

Anúncios criativos sobre o meio ambiente

sexta-feira, 13 de novembro de 2009





A vida dos índios Aguapeú
(Fonte: Portaldocircuito.com )

A aldeia dos Índios Aguapeú fica em Mongaguá, litoral de SP, onde vivem 61 pessoas entre crianças e adultos.
A aldeia conta com escola e posto de saúde. Além do português a escola ensina também o Guarani, que todos falam fluentemente.
Apesar da discriminação que o povo indígena vive principalmente pelo poder público, a cultura é mantida.
A precariedade nas aldeias só não é maior porque ainda existem alguns que se preocupam e tem interesse em mostrar a realidade que muitos se empenham em esconder.
Os recursos que são destinados aos índios são mínimos, ou não são repassados.
Muitos surgem com propostas, mas com intuito de buscar benefícios próprios usando da necessidade das aldeias. Oferecer uma forma de ocupar a mão de obra sem querer mudar a cultura deveria ser uma lei, e os que têm recursos, principalmente fundações religiosas deveriam ter bom senso e ajudá-los sem querer nada em troca.
Muitos Índios adoecem e não obtém cura devido aos constrangimentos que sofrem na hora de procurar um serviço médico de saúde pública.
Na quinta feira 11 de junho de 2009 o programa do ratinho do SBT fez um puta suspense com uma matéria que induziu muitos a desrespeitar ainda mais a cultura indígena, com intuito de segurar a audiência do programa a matéria ficou para o dia seguinte. Eu não pude ver qual foi o resultado devido estar na região do vale da ribeira buscando nas aldeias da região assuntos para essa matéria. A verdade para tudo isso é que muitos da televisão mostram só o que interessa a eles e não levam a sério uma cultura que é história real e esta se acabando com os constantes constrangimentos que sofrem, por oportunistas que querem acima de tudo sobreviver mostrando de forma parcial as culturas existentes.
Os recursos que são destinados as aldeias é escasso, ou talvez desviado, tamanha a precariedade que vi dentro da aldeia.
Em conversa com um dos índios da Aldeia Aguapeú deu para sentir de perto o quanto eles são capazes.
Ele me disse também sobre o desrespeito com que lideres tanto religiosos quanto políticos os tratam, querendo se beneficiar da imagem que uma aldeia tem do ponto de vista social quando exposta na mídia manipulada por alguns que são responsáveis em distribuir os recursos que lhe são devidas.
Mudar a cultura é o que muitos lideres religiosos tentam incessantemente nas aldeias sem saber o quanto uma proposta assim fere uma tradição. E mais, ferem um principio básico do direito natural por não respeitar a cultura e tradição de um outro povo.
Isso ocorre devido ao menospreso do poder público que mostra uma aldeia modelo como referencia, passando a imagem de que todas são iguais.
E muitos se iludem achando que o que é mostrado na TV é real.
Se voltar-mos a visão para determinado assunto e pararmos pra pensar podemos enxergar a realidade a nossa volta.
O que com pouco tempo deu para ver em uma só aldeia é que os recursos existentes não são devidamente destinados aos que merecem.
Se quem tem um pouco de conhecimento sofre quando precisa de um serviço público imaginem quem não possui tanto assim.
O índio tem mais que direito em receber o que lhe são destinados porque se ainda existe um pouco de ar em nosso planeta é graças as Aldeias e reservas que são protegidas pelos índios.
Comemorar a data no dia 19 de Abril sem conhecer a verdade da cultura é incentivar o fim de uma tradição.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009


CLASSIFICADOS FLORESTAIS

TROCA-SE FLORESTA VIRTUAL POR TWITTERNET. Um ótimo negócio, com redução de palavras e dispensa daquele monte de imagens desnecessárias.
No mundo moderno, manter terras virtuais é um desperdício de espaço e tempo. Num Twitternet, você terá muitos vizinhos em um único condomínio, ou seja, sem precisar sair de casa, ou melhor, da sua página.
Além do mais, você poderá trocar as pesadas janelas de comentários por numerosas janelinhas práticas que abrem e fecham num piscar de olhos e de texto!
E de brinde, você leva o moço inglês do tópico abaixo, que virou um sem terra virtual ;))

sábado, 7 de novembro de 2009

Ele vive sem dinheiro porque quer
(Fonte: Blog Mulher 7 por 7 - Época - por Mariana Weber)

Quando li sobre o economista Mark Boyle, que neste mês completa um ano vivendo sem usar dinheiro, pensei logo nos itens de que eu sentiria falta se embarcasse em uma experiência semelhante. Em um artigo no Guardian, Mark contou que escova os dentes com uma pasta feita de conchas e sementes de erva doce, trocou papel higiênico por jornal velho, planta a própria comida e usa energia solar para carregar o notebook e o celular (que só atende ligações) trazidos da época em que ainda ia às compras. Ele estacionou seu trailer em uma fazenda inglesa de orgânicos (em troca de dias de trabalho) e resolveu ficar sem gastar nem um centavo por um ano para chamar atenção para questões ambientais: diz que o dinheiro é uma ferramenta que distancia o consumidor dos produtos, ocultando o impacto de cada compra. Mas, a julgar pelos comentários abaixo, deixados no site do Guardian, ele chamou a atenção também de pretendentes:

“Mark prova de uma vez por todas que você não precisa de dinheiro para ser sexy.”

“Podemos ver um vídeo dele cortando lenha ou algo assim?”

“Você quer casar comigo?”

Ao responder os comentários dos leitores (muitos deles o criticando), Mark deixou o seguinte recado: “E a todas as ofertas de casamento e sexo casual… Vocês poderiam ter ao menos deixado seus contatos. Apesar de eu não ter certeza de que suas mães me aprovariam. Não sou exatamente um bom partido.” Aparentemente a frugalidade radical, somada à foto de Mark sem camisa, atrai fãs sem medo da falta de papel higiênico macio ou da impossibilidade de comemorar datas especiais em restaurantes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Manaus - Índios da etnia Tuyuka, de São Gabriel da Cachoeira, norte do Amazonas, participam da 61ª Reunião Anual da SBPC Foto: Antonio Cruz/ABr


Espiritualidade indígena: A noite como construção da vida!

(Trechos de artigo escrito por:
Pe. Justino Sarmento Rezende *
* Indígena da etnia Tuyuka. Sacerdote Salesiano. Mestre em Educação (Diversidade Cultural e Educação Indígena). Diretor da Missão Salesiana e pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo)

Você está vendo a noite como ela é vista de uma aldeia? Olhe para cima! Quantas estrelas! De tamanhos diversos! De distâncias diferentes! Os meus avôs sabiam os nomes de muitas estrelas e isto para eles era muito importante. A posição de cada uma delas determinava o tempo, o tempo de fazer roça, de pescaria, de caçada, anunciava o tempo de verão, tempo de chuva. O firmamento e as estrelas situadas em diferentes distâncias, diferentes tamanhos e seus movimentos é um livro aberto com muitas mensagens para quem sabe ler! Neste sentido eu sou analfabeto, pois não fui educado na academia da aldeia! Os meus avôs, os meus pais e meus parentes são mais conhecedores do que eu, neste campo! Uma explicação interessante de meus pais era essa: quando aparece a lua nova, às vezes, uma estrela está bem próxima da lua. A explicação que os meus pais me davam era a de que duas pessoas humanas estavam para casar, logo, logo; outra vez a estrela aparece um pouco afastada da lua. Neste caso, diziam que havia pessoas que se amavam, mas não intensamente e que demoraria a sair o casamento. A partir destas explicações dava para entender que o ser humano e as constelações se comunicam. O cosmo possui suas linguagens com as quais se comunicam com os seres humanos e seres vivos. Os humanos e as estrelas interagem!

Olhe para cima e tente entender! Os meus avôs eram sábios e conhecedores! Eram cientistas! Ninguém pode dizer que os índios não conhecem nada. Conhecem e conhecem bem muitas coisas! Eles conheciam o mundo muito melhor do que as novas gerações. É impossível entender tudo! Entendemos bem pouco destas constelações e suas linguagens.

Falando da importância de uma aldeia Tuyuka quero falar para você sobre a importância dos anciãos e eles de noite meditam, pois para eles a noite é fonte de inspiração, de previsão do dia seguinte, é o melhor momento para avaliar o que se passou durante um dia. As coisas que já aconteceram, talvez nunca mais voltem! Se voltarem, serão com formas e intensidades diferentes. Os acontecimentos passados deixam muitas lições para as nossas vidas, lições que podem servir para o dia de hoje e para os dias futuros. Eu acredito muito mesmo que cada um de nós é aquilo que é e que tem por causa do passado. Os nossos avôs construíram muitas riquezas e nós somos herdeiros delas.

Os anciãos ficam sentados no escuro. Na boca da noite eles se juntam na casa de um dos anciãos para conversar. Enquanto conversam mascam o ipadu e fumam o cigarro. São elementos que os leva para os outros níveis de pensamentos sobre a vida humana. Eles conversam sobre funcionamento da casa, os trabalhos das roças, a procriação, o andamento da aldeia, os relacionamentos com as pessoas de outras culturas, indígenas e não-indígenas. Assim é que eles vão aprofundando o sentido da existência humana. As ações tuyuka resultam de reflexões realizadas pelos anciãos.

Os anciãos com os seus sensos apurados refletem sobre o futuro de todos os homens e as mulheres da aldeia. Os nossos anciãos são os nossos protetores, seres divinos. A força divina atua através da presença de anciãos: fortes, às vezes enfraquecidos, desgastados, encurvados pelo peso do trabalho, adoentados, deitados na rede ou sentadinhos ao lado do fogo, meio sujos, olhando para baixo, como se estivesse dizendo: estou para voltar à terra para tornar-me terra novamente! Tornar-se terra para fazer frutificar os trabalhos dos filhos e netos!

Os anciãos com as sabedorias adquiridas pelas experiências ao longo de vários anos transitam pelos diversos mundos que circundam o ser humano. Eles sobem no patamar de cima, descem no patamar de baixo, percorrem pelos quatro cantos do universo, do sol nascente ao poente, do leste ao oeste. Os quatro cantos simbolizam quatro portas. Por uma dessas portas entramos para nascermos nesta vida e por uma delas sairemos para ir para outro mundo, essa saída será a nossa morte. A vida é algo que veio trazida de fora e entregue ao homem e a mulher. Por isso, durante a vida os anciãos com seus benzimentos criam uma estabilidade humana dentro deste espaço a que eu me referia acima.

Quantas sabedorias carregam nossos anciãos! Cada ancião é uma biblioteca, impossível de ser lida. De uma biblioteca só conseguimos ler algumas obras, de preferência do nosso gosto. Assim são os nossos anciãos, deles só conhecemos algumas coisas. Muitas coisas vão embora com eles quando eles deixam de viver neste mundo. Quantas coisas nós já perdemos. Estas sabedorias não são coisas que cavando os túmulos podemos trazê-las de volta para os nossos dias. Todas estas sabedorias são bens imateriais, invisíveis. Por isso que são importantes os rituais, as cerimônias de cantos e danças, pois através deles, algumas pessoas recebem, por revelações, os saberes de nossos antepassados [cantos, discursos, danças, ritmos, benzimentos...]. Mais do que isso, algumas crianças, principalmente netas de sábios desde o momento do nascimento já são preparadas. Também, os pais devem se cuidar bem de suas próprias vidas e da de criança, pois assim a criança, através dos sonhos receberá conhecimentos de seus antepassados. Quando se tornar adulto será um pajé, benzedor, mestre de canto e danças, etc. Desta maneira é muito importante a responsabilidade dos pais sobre os seus filhos.

Você está compreendendo qual é o sentido do ancião na cultura tuyuka? Um dia nós, também, tornaremos anciãos. Será que estamos nos preparando para sermos anciãos sábios? Aqui na aldeia tornar-se ancião é tornar-se sábio, conhecedor do mundo, da vida, do além-vida, etc. Tornar-se ancião é tornar-se apaziguador, pessoa de equilíbrio, pessoa que benze para defender a vida. O ancião sábio benzedor é salva-vida, curador, mestre da vida. As práticas de sua vida testemunham o valor de sua vida, vida das pessoas, vida de diferentes povos. O ancião sábio não provoca brigas, mas é aquele promove a paciência, paz, harmonia, equilíbrio, reconciliação.