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Brasília - O desmatamento da Mata Atlântica pode ter contribuído para a tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina. É o que avalia o professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina, Lino Brangança Peres.
“As árvores foram substituídas por casas e vegetação rasteira, o que contribuiu para a erosão. Esses deslizamentos aconteceriam mais cedo ou mais tarde, as fortes chuvas desses dois meses apenas aceleraram esse processo”, explica.
A floresta cobria uma área de aproximadamente 1,29 milhão de quilômetros quadrados, em 17 estados brasileiros, incluindo Santa Catarina. O bioma ocupava cerca de 15% do território nacional. Atualmente, apenas 7% desse total permanece intacto.
O desmatamento da Mata Atlântica está diretamente ligado à expansão das cidades brasileiras. E, na opinião do professor, a ocupação desordenada dos municípios pode ser outro fator para a catástrofe no Vale do Itajaí.
“Choveu muito acima da média, mas isso é apenas parte do problema. O modelo de ocupação irregular das cidades do Vale do Itajaí contribuiu para que isso acontecesse. E tudo com a conivência do poder público”, explica o professor.
Segundo Peres, as primeiras residências na região surgiram durante o século 19, época da imigração de europeus para o Brasil, próximas aos rios. No século 20, as pessoas passaram a ocupar os morros e as encostas. “O planejamento municipal começou muito tarde no Brasil, na década de 70, quando as cidades já tinham crescido”, conta.
A solução, na avaliação do urbanista, é o governo realocar a população dos morros e encostas para outros locais mais seguros. “O problema é que boa parte das áreas adequadas já foram ocupadas”, ressalta.
As informações são da Agência Brasil
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Hoje vivem na Amazônia Legal cerca de 160 povos indígenas, com uma população aproximada de 150 mil índios. Esses povos indígenas são diretamente atingidos pelo desmatamento e pela ocupação desordenada da Amazônia. Veja como.
Nambikwaras
Viviam da caça e da agricultura no vale fértil do rio Guaporé, em Rondônia, sempre mantendo ao redor de suas aldeias uma área de mata nativa. Devido aos projetos de ocupação patrocinados pelo governo brasileiro nos anos 1980, os índios foram transferidos para a Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, uma área de cerrado imprópria para a agricultura.
Yanomami
Ocupam a fronteira norte do país, no estado de Roraima. Na década de 1980, tiveram suas terras invadidas por garimpeiros em busca de minérios. Os conflitos entre os dois grupos aumentaram na década seguinte, com massacres como o de 1993, que resultou na morte de muitos índios e alguns garimpeiros. Devido à forte resistência indígena, o governo federal interveio e dividiu os yanomami em 19 áreas pequenas e descontínuas. Isso contribuiu para desestruturar a organização cultural e política dos yanomami.
Cinta-largas
Assim como os demais, viviam da agricultura, caça e coleta em Rondônia. Também tiveram suas terras invadidas pelos garimpeiros e resistiram a essa invasão. Contudo, mais recentemente, alguns líderes desse povo coligaram-se aos garimpeiros para explorar as minas de Rondônia, tornando-se cúmplices na poluição criminosa dos rios com mercúrio.
Exposição científica do WWF registra riquezas do Rio Negro
(Fonte: Globo Amazônia)
Viajantes fazem levantamento biológico da região.
Veja fotos de um dos locais mais belos e preservados da Amazônia.
"Com o passar do tempo a vida de nós mulheres indígenas vem mudando muito, pois antigamente nós tínhamos nossos afazeres limitados a cuidar dos filhos e da manutenção das roças e das casas. Atualmente nós mulheres entramos na política e temos voz ativa nas decisões da aldeia. Voz que antes era restrita aos homens. Hoje temos mulheres ocupando cargo de cacique que antes era cargo limitado aos homens, por terem que viajar muito e tomar decisões mais serias para a vida do nosso povo. Na minha aldeia Pataxó Hã Hã Hãe, nós mulheres temos um espaço muito grande na política indígena, já tivemos mulher candidata a vereadora e temos mulheres ocupando cargo de lideres até de cacica. Vemos isso como um grande avanço para nossa sociedade. Isso também é prova que os homens indígenas não são tão machistas quanto se pensa, pois para nós mulheres conseguirmos esse tipo de cargo precisamos do apoio dos homens também e eles reconhecem que temos capacidade de assumir os cargos que conquistamos.
Queremos continuar crescendo nosso espaço político na aldeia e fora dela, pois somos capazes e isso é importante para acabar com o preconceito de que mulher indígena só serve pra cuidar dos filhos e da casa. Todo dia é dia da mulher indígena, pois trabalhamos muito duro pelo nosso povo, porém é importante termos uma data para comemorar nosso dia e é por isso que temos o dia 30 de outubro como o nosso dia."
Olinda Muniz Pataxó Hã-hã-hã